Nova sede da Ordem dos Arquitectos, Lisboa, 1991-1994

New headquarters of the Architects Order, Lisbon, 1991-1994

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O edifício dos Banhos de S. Paulo, da autoria do Arquitecto/Engenheiro Pierre Joseph-Pézerat, (1855), era, quanto a nós, um pequeno e modesto edifício, entalado num denso canto dos aterros da Boa Vista, ao tempo servindo a modernização e higienização da cidade, hoje possuidor de um encanto que lhe advinha mais da fidelidade estilística contida nos seus 10 x 30 m de fachada principal, e no engenho de a caracterizar sem desvios de escala, que de uma magnitude ou imponência que nunca terá revelado.
Pensámos, na altura do concurso, que o respeito pela corporeidade do edifício passaria, acima de tudo, pela conservação do pátio e da luz central.
A nossa proposta divide-se em três aspectos fundamentais: o primeiro revaloriza e esbate, no desenho provinciano, o pó neoclássico, captando-o para fruições mais contemporâneas; o segundo estabelece um interior compatibilizando o pedido com a adivinhada vontade do edifício - "daquilo que o espaço quer ser, o desconhecido pode ser revelado ao arquitecto" (Louis Kahn); finalmente, sobre a empena, um pequeno edifício de encosto (o auditório e restaurante), animal de luz sobre pilotis de ferro anichado ao lado dos Banhos de S. Paulo.
A primeira fase da construção não contemplou ainda este volume, cumprindo-se a função que prevíramos para a fachada poente: ser (por enquanto) uma parede abstracta, decorativa e expectante de futuro. Mas há quem nela leia a planta de uma “cidade ideal”.