Ana Salazar, loja na Rua do Carmo, Lisboa, 1988

Ana Salazar, store in Rua do Carmo, Lisbon, 1988

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O espaço estava lá, embrulhado em madeira pintada. Sob os tectos falsos, abóbadas e túneis foram trazidos, na sua rudeza, à convivência com outros tectos mais puros ou com o arco abatido em ferro e vidro opalino da sala maior.
As paredes, marcadas pela passagem do tempo que se escondia debaixo dos forros, exibem-se museológicas, protegidas por quadrados de vidro que seguem a malha do padrão de pavimento já existente.
Por toda a loja, móveis com rodas, em metal, brilhantes e duros, criam um movimento incerto e instável, temperado pelo halogéneo, pelo cinzento luminoso dos brancos.
Um extravagante e colorido relógio exibe as horas em Lisboa, Paris, Nova York e Tóquio.