Casa Ana Vidigal, Lisboa, 2002-2006

Ana Vidigal House, Lisbon, 2002-2006

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O programa (habitação/atelier) foi facilmente plasmado por entre a compartimentação existente, provando a utilitas de um desenho inicial criado neutro.
A remodelação reaviva o espírito setecentista da casa interligando-lhe de novo as divisões (podemos andar à roda), reparando os diversos painéis de azulejo (lambris, rodapés ou inteiras paredes - cozinha) e montando uma temperatura de cor muito apropriada e amável de cinzentos, azuis claros e brancos.
A proporção dos vãos originais, amesquinhada por burocráticas bandeiras, saiu reforçada com as altas folhas duplas lisas das novas janelas. Os tectos, com as suas optimistas deformações geométricas, escondem a iluminação e suplementam a fantasia que eventuais troços antigos de estuque mais floreado pudessem ter guardado.
De um lado, o Tejo e de outro a Rua dos Remédios: o atelier é o mais lisboeta, a partir da biblioteca de arte. De um lado a cozinha, do outro o quarto de hóspedes: a casa é a mais hospitaleira de todos os ateliers.