Pizzeria Casanova, Lisboa, 1998-2000

Pizzeria Casanova, Lisbon, 1998-2000

 1   2  3  4  5   6  7

Uma pizzeria na metade longitudinal de um comprido armazém, junto ao Tejo, frente a Stª Apolónia.

Da montra, as cozinheiras olham a movimentada avenida, o sol sobre a Estação, enquanto de fora as vemos, de relance, envolvidas em saladas, pastas e pratos de lasagna.

A cozinha, à entrada, e o forno dos pizzaioli, são caixas de vidro que exibem o trabalho de preparação e definem um corredor propositadamente labiríntico que nos leva sob o peso do mezzanino, até atingirmos a rampa, em paralelo com a sala alteada (um minúsculo bar e as suas prateleiras de pedra com garrafas, tornam improvável a compreensão da agitação que se ouve, à frente).

Subimos a rampa acompanhados pelo crescer da sala cujo olhar salta por sobre a esplanada e se demora no rio, na luz que vem do Tejo.

O tecto foi aproveitado na sua maior dimensão. Para ultrapassar a previsibilidade do meio diedro inclinado, enrolámo-lo em costelas curvas de gesso que nos ambientam a nave, marcando depois a circulação lateral com altos septos, significando -- os dois espaços separados -- com recursos invisíveis.

Pequenas lâmpadas vermelhas pendem sobre o lioz das mesas alertando os empregados, garantindo um tema a que as crianças pretenderão exaltadamente recorrer.

Sete espelhos ovais, pensados por Pedro Cabrita Reis, reflectem o amarelo torrado da parede fronteira, mas também a água, o céu e os clientes que se movimentam, completando um sentido cosmopolita e vibrante.

Memórias de restaurantes, memórias de cafés, memórias da pizzeria.